"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

"A GUERRA DO AÇÚCAR" - A LIDERANÇA NO EXÉRCITO DA COMPANHIA DAS ÍNDIAS OCIDENTAIS

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Uma das características das forças militares da WIC era a qualidade de seus oficiais, tanto em terra como no mar, muitos já experimentados em décadas de combate contra os espanhóis.  Conforme destaca Boxer, “não faltaram à Companhia das Índias Ocidentais bons comandantes, capazes de conseguir o máximo de seus comandados.  Pondo de parte o próprio João Maurício, digno de destaque foi Arciszewski; e depois mesmo da remoção do coronel polonês do cenário brasileiro, puderam ainda o Heeren XIX contar com alguns oficiais de primeira ordem, tendo mais de dez anos de experiência neste terreno.  O alemão Von Schkoppe, o inglês Henderson e o holandês Van den Brande eram adversários dignos de qualquer espada inimiga”.  
  
Nos navios holandeses, da mesma forma, os marinheiros eram liderados por comandantes com grande capacidade de liderança, como os almirantes Lonck, Pater e Lichthart, dentre outros.  O capelão João Baers, que integrava a expedição que desembarcou e conquistou Olinda, em 1630, testemunhou a forma de liderar do comandante da invasão, coronel Diederick van Waerdenburch: “o Sr. Coronel foi o primeiro homem que saltou à vista do inimigo, que, em número de dois mil, assim de pé como de cavalo, ali achava-se na praia, e facilmente teria podido obstá-lo, ou fazer-lhe fogo de dentro do bosque, que corre ao longo da praia”.

A qualidade da liderança dos oficiais era característica no exército e na marinha da Companhia das Índias Ocidentais


Apesar das qualidades de liderança da maioria dos oficiais, o relacionamento com os soldados – particularmente com os mercenários estrangeiros – nem sempre era cordial, como relatou o soldado Ambrósio Richshoffer, ao descrever um incidente a bordo do navio que conduzia sua companhia ao Brasil em setembro de 1629: “como fosse o dia da feira de Amsterdã o nosso capitão Peter Franz, daquela cidade, mandou matar um grande e gordo porco, que tínhamos trazido da Holanda, e banqueteou-se com vários convidados, distribuindo o resto aos marinheiros.  Aos soldados, porém, não deu um só bocado, pois, era inimigo declarado dos mesmos, chamando-os constantemente de cães”.


Conheça essa e outras histórias lendo
"A guerra do açúcar: as invasões holandesas no Brasil"

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