"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 4 de junho de 2015

OS TREZENTOS DE ESPARTA E SUAS REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS




O feito dos espartanos nas Termópilas vem sendo celebrado constantemente pela humanidade no último milênio e meio.  Poetas como Simónides de Céos, Cícero, Lord Byron e até Luís de Camões fizeram alusões a Leônidas e seus 300 homens em algumas de suas obras.  Estátuas e pinturas ressaltando o feito – como o óleo de Jacques-Loius David, Leônidas nas Termópilas, obra típica do romantismo europeu, atualmente exposta no Louvre, em Paris – podem ser vistas em museus de todo o mundo.

 A tela Leônidas nas Termópilas, de Jacques-Louis David, em exposição no Louvre


A literatura também contemplou essa saga inesquecível em Gates of fire: an epic novel of the Battle of Termopylae (1998), de Steven Pressfield.  Mas foi na sétima arte que o legado dos 300 de Esparta ficou mais evidenciado dentro de nossa cultura de massa.  Em 1962, o polonês Rudolph Mate dirigiu o épico The 300 spartans.  Ais recentemente, Zack Snyder dirigiu 300 – estrelado por Gerard Butler e pelo brasileiro Rodrigo Santoro -, baseado na minissérie em quadrinhos que Frank Miller produziu em 1998, contando sua versão para os fatos.

 Os quadrinhos 300, de Frank Miller

Em uma entrevista ao jornal The New York Times, na época do lançamento do filme, Miller declarou que o mais fascinante da saga de Leônidas e seus comandados é a noção de que os heróis não têm que ser necessariamente invencíveis: “Eu estava acostumado a ver o Super-Homem socando planetas.  Foi uma epifania perceber que o herói não é necessariamente o cara que vence.  Como escritor eu tendo a criar personagens que podem morrer esgarçados pelo mundo, que perdem os combates mas conquistam a vitória moral.”   

O artista estava ainda mais preocupado com a possibilidade de ver a obra que criou chegar aos cinemas: “300 era a jóia da coroa da minha carreira e significa muito para mim.  Vê-lo homogeneizado em algo como Troia, que praticamente vira a Ilíada do avesso, seria uma traição para mim.”

Já o diretor Zack Snyder, de acordo com o que cansou de declarar durante as turnês de lançamento do filme, não se sentiu tão pressionado assim por Miller: “A coisa foi bem estressante para mim no começo, mas logo Frank ficou totalmente à minha disposição dizendo que faria tudo que eu precisasse, mas que o filme era meu e iria detonar.  Isso, às vezes, foi duro de ouvir, porque a responsabilidade ficava totalmente nas minhas mãos.  Era como se ele dissesse: ‘não vá ferrar com tudo.’  Quando viu o filme, Frank me disse o seguinte: ‘Olha, escrevi essa história porque assisti a um filme chamado Os 300 de Esparta quando era menino.  Depois que vi sua versão da minha história em quadrinhos, compreendi que desejara que o filme que eu havia visto fosse o seu, não o que de fato vi’.”

 
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