"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 27 de abril de 2012

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – SIR JOHN MOORE

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* 13/11/1761 – Glasgow, Escócia

+ 16/01/1809 –  Espanha



Sir John Moore liderou a famosa retirada para La Coruña, onde derrotou os franceses. Embora tenha morrido dentro de um ano depois do começo da Guerra Peninsular, o duque de Wellington disse a respeito dele: "Penso que não teríamos vencido sem ele."

Nascido em Glasgow, em 13 de novembro de 1761, filho de um medico, tornou-se enteado do duque de Argyll. Designado para o 51º Regimento de Infantaria em 1776, lutou na Guerra de Independência dos Estados Unidos de 1779 a 1783. Foi membro do Parlamento de 1784 a 1790. Tendo assumido o comando do 51º Regimento de Infantaria em 1790, lutou contra a recém-criada Republica Francesa três anos depois. Em 1794 e 1795, combateu na Córsega, onde comandou temporariamente uma brigada. Depois, partiu para as Índias Ocidentais e combateu na rebelião irlandesa de 1798.

Ferido na Batalha de Alkmaar, em 1799, durante a invasão anglo-russa da Holanda, foi mandado depois para o Egito, a fim de comandar uma divisão sob as ordens de Sir Ralph Abercromby. Ferido novamente em Alexandria, no ano seguinte, retornou à Inglaterra, em 1803, e se tornou cavaleiro em 1804.


Novas táticas

Quando Napoleão juntou suas forças na costa da França pronto para invadir a Inglaterra, Moore foi enviado para Kent, a fim de comandar uma brigada. Em Shornc1iffe, e1e treinou seus homens em táticas de escaramuças, ensinou-os o uso da cobertura e encorajou a iniciativa individual. Seu sistema de disciplina, que dependia do exemplo e do encorajamento, em vez do chicote, tornou-se a base do treinamento do exército britânico, e e1e é hoje reconhecido como patrono dos Royal Green Jackets e dos demais regimentos de infantaria ligeira.


Retirada para a vitória

Em 1808, Moore foi enviado para apoiar os suecos e escapou por pouco de ser aprisionado pe1o louco rei da Suécia. Depois recebeu o seu primeiro comando independente como chefe das forças expedicionárias britânicas na Península Ibérica. Após os franceses terem sido expulsos de Portugal, em outubro de 1808, Moore dirigiu-se para o norte da Espanha com 27.000 homens, a fim de dar apoio às forças espanholas, e logo descobriu que elas já haviam sido derrotadas.

Estátua de Sir John Moore em Glasgow, sua terra natal na Escócia

Em vez de bater em retirada para Portugal, Moore partiu de Salamanca em direção ao norte, a fim de atacar as tropas francesas do marechal Nicolas Soult, que estavam a cerca de 160 quilômetros de Madri e não sabiam da presença de Moore. Ao descobrir que Napoleão cortara sua linha de fuga, retirou-se para La Coruña, onde a Marinha Real poderia evacuar seus homens. Entretanto, fora de La Coruña, voltou-se e derrotou Soult. Morrendo em decorrência de ferimentos após os franceses terem sido expulsos, disse e1e: "Espero que o meu país me faça justiça."

Poucos, exceto Wellington, que o sucedera como comandante na Península Ibérica, reconheceram sua contribuição. Wellington soube usar muito bem os "garotos de Shornc1iffe" ao longo do restante da guerra. Ele também adaptou o estilo defensivo de batalha de Moore, que foi muito criticado, mas levou a derrota de Napoleão na Península Ibérica e em Waterloo.

 
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segunda-feira, 16 de abril de 2012

ENCONTRO DE HISTORIADORES MILITARES

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IMAGEM DO DIA - 16/04/2012

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Cavaleiros hospitalares de Guilherme de Cermont defendendo a fortaleza de Acre do assédio muçulmano em 1291


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"NAZI CHIC" - A ESTRANHA MODA DE SE FANTASIAR DE NAZISTA NA CHINA

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As fotos mostram uma dupla no dia do seu casamento, mas algo parece fora do lugar. O noivo, apesar de ser chinês e viver no século 21, usa um uniforme nazista preto, com a suástica bordada no antebraço. A noiva, ao lado, sorri timidamente em seu volumoso vestido branco, os cabelos escondidos por uma peruca amarela. Eles não são vítimas de um improvável deslocamento de tempo e espaço, mas sim adeptos do "nazi chic", a moda que consiste em usar roupas e acessórios do Terceiro Reich como forma de contestação, sem necessariamente apoiar as políticas antissemitas.
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Antes de chegar à China, a onda já existia no Japão e na Coreia do Sul. Nos dois países, muitos mangás contam histórias da Segunda Guerra Mundial e alimentam, com isso, a cultura dos cosplayers, os jovens que gostam de se fantasiar como os personagens das histórias em quadrinhos. Uma delas, Kekko Kamen, conta as desventuras de uma estudante que luta contra professores tiranos que abusam dos alunos sexualmente. Uma das vilãs, uma espécie de dominatrix, tem traços tanto do imaginário sado-masoquista como da estética nazista.
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Nesses países, o gosto pelas roupas do Terceiro Reich não vem acompanhado de um ódio contra os judeus. Alguns especialistas, como o professor Meng Zhenhua, da universidade de Nanquim, chegam a afirmar os jovens desconhecem esse pedaço da História. “Na verdade os chineses não são muito familiarizados com o que ocorreu com os judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A Europa é muito longe”, disse ele à revista francesa Inrockuptibles.
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As poses nas fotos e a ausência de mensagens de ódio nos blogs que divulgam o “nazi chic” fazem crer que a mania não prega, de fato, o antissemitismo. “Não somos racistas. Apenas gostamos da moda”, disse um tímido participante de um encontro de cosplayers coreano no início deste ano.
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Mesmo assim, brincar com símbolos de um movimento que matou milhões de pessoas e assombra os países europeus com o renascimento de suas ideias nacionalistas parece deslocado nos dias de hoje. 
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Fonte: Revista Marie Clarie


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segunda-feira, 9 de abril de 2012

IMAGEM DO DIA - 09/04/2012

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Tropas espanholas do Regimento das Astúrias realizando uma carga de baioneta durante a Guerra de Sucessão Espanhola


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A CRIAÇÃO DA REAL FORÇA AÉREA BRITÂNICA

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No dia 1º de abril de 1918, foi formada a Real Força Aérea Britânica, a RAF (Royal Air Force), um amálgama do RFC (Royal Flying Corps) com o RNAS (Royal Naval Air Service). A RAF passou a ocupar seu lugar ao lado da Marinha e do Exército britânicos como uma força armada independente, com seu próprio ministério.
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Em abril de 1911, oito anos após os irmãos norte-americanos Wilbur e Orville Wright terem realizados um voo em aparelho autopropelido e mais pesado que o ar e cinco anos após o êxito do voo do 14-bis do brasileiro Alberto Santos-Dumont, um batalhão aéreo dos Engenheiros Reais do Exército Britânico foi formado em Larkhill, Wiltshire. Em dezembro de 1911, a Real Marinha britânica organizou a Royal Naval Flying School em Eastchurch, Kent. No mês de maio subsequente, ambos foram absorvidos pelo recentemente criado Royal Flying Corps, que montou uma nova escola de pilotagem aérea em Upavon, Wiltshire e formou novos esquadrões aéreos. Em julho de 1914 exigências específicas da Marinha levaram à criação do RNAS.
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SE-5 do Esquadrão 20 da RAF em operação na França, 1918


Pouco mais de um mês depois, em 4 de agosto, a Grã-Bretanha declara guerra à Alemanha e entra na 1a Guerra Mundial. À época, o RFC dispunha de 84 aparelhos, enquanto o RNAS tinha 71 aeronaves e sete dirigíveis. Mais tarde, naquele mesmo mês, quatro esquadrões do RFC foram deslocados para a França, a fim de apoiar a Força Expedicionária Britânica. Durante os dois anos seguintes, a Alemanha tomou a dianteira na estratégia aérea com tecnologias como o zepelin e a metralhadora automática. As grandes cidades inglesas foram em seguidamente danificadas por bombardeios aéreos e os pilotos ingleses derrotados nos céus por ases germânicos como Manfred von Richthofen, apelidado de “O Barão Vermelho”.
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Repetidos raids aéreos alemães levaram os planejadores militares britânicos a pressionar pela criação de um ministério aéreo próprio, que trataria de realizar bombardeios estratégicos contra a Alemanha. Em 1º de abril de 1918, como resultado desses esforços, a RAF foi formada, paralelamente com um ramo feminino desse serviço, a WRAF (Women's Royal Air Force).
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Aviadores do Esquadrão de Bombardeiros 207 da RAF em 1918


Por ocasião do final da Guerra, em novembro de 1918, a RAF havia lançado 5.500 toneladas de bombas e reivindicou a destruição de 2.953 aviões inimigos, conquistando uma clara superioridade aérea no Front Ocidental, contribuindo eficazmente para a vitória Aliada sobre a Alemanha e as Potências Centrais.
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De resto, constituia-se, naquela altura, na maior força aérea do mundo, com cerca de 300 mil homens, pilotos e tripulantes, além de 25 mil membros femininos da Força, e mais de 22 mil aviões.

Fonte: Opera Mundi