"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

MORRE VIRGÍNIA LEITE, A ÚLTIMA ENFERMEIRA DA FEB

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Virgínia Leite (1916-2012) foi enfermeira da FEB na 2ª Guerra Mundial


Virgínia Leite assustou todo mundo quando entrou no ônibus com uma arma. Acabou tendo de dar explicações. Não era para uso pessoal: a peça, contou, estava sendo levada ao museu da Casa do Expedicionário, em Curitiba.
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Paranaense de Irati, foi professora primária até decidir se inscrever como voluntária da Cruz Vermelha para ir à Segunda Guerra Mundial.
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O país enviou à Europa 68 enfermeiras. Virgínia foi em 1944 à Itália, onde ficou oito meses cuidando dos feridos.  Quando retornou, passou a se dedicar à memória da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Ajudou a fundar a Legião Paranaense do Expedicionário e, entre os anos 70 e 80, percorreu o país atrás de material (como a arma que carregou no ônibus) para compor o acervo do museu.
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A historiadora Carmen Lúcia Rigoni, estudiosa da 2ª Guerra Mundial e amiga de Virgínia, destaca a capacidade que a enfermeira teve para angariar respeito num ambiente masculino e machista como o dos expedicionários.

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Virgínia Leite em fotografia tirada durante a 2ª Guerra Mundial


Memória viva sobre a participação do Brasil na guerra, costumava ajudar os pesquisadores e a dar entrevistas.  ""A família não conseguia fazer as coisas com ela, mas os expedicionários conseguiam", brinca a sobrinha Ana Maria. Apesar das dificuldades para andar, deixou de ir a poucas solenidades.
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.Das enfermeiras do PR que foram à guerra, era a última ainda viva. Esteve lúcida até o fim. Internada por causa do coração, teve devaneios devido aos remédios e comemorou o fim da guerra como se tivesse acabado de ocorrer. Morreu na quinta (5 de janeiro), aos 95. Solteira, não teve filhos.

 

Fonte: Estêvão Bertoni, Folha de São Paulo

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3 comentários:

  1. Lastimo, mas esta informação é incorreta. Carlota, residente em BH, continua viva e bastante ativa. Temos ainda uma outra residente em Minas, cujo nome não me recordo, mas hoje em dia muito reclusa. Portanto, de nosso grupo de Enfermeiras, são duas remanescentes.

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  2. Caros Vitor e Ana,

    Obrigado pela informação. Como viram, a fonte que acusava Virgínia como a última foi o Estado de São Paulo.
    De qualquer forma, fica a nossa homenagem às nossas mulheres guerreiras.

    Um abraço,
    Carlos Daróz

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