"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL ANDOCHE-JUNOT

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* 24/09/1771 – Bussy-le-Grand, França

+ 29/07/1813 - Montbard, França


Jean-Andoche Junot nasceu em Bussy-le-Grand, Côte-d'Or, filho de Michel Junot e Marie Antoinette Bienaymé. Iniciou os seus estudos em Châtillon e seguiu para Paris, quando, ao eclodir a Revolução Francesa, alistou-se no Exército, no batalhão de voluntários da Côte-d'Or, onde foi ferido por duas vezes e conseguiu a patente de sargento. Durante o cerco de Toulon de 1793, foi escolhido como ajudante-de-ordens de Napoleão Bonaparte, com quem faria carreira na Itália, no Egito (1798-1801), na Áustria (1805), na Guerra Peninsular (1807-1808, 1810) e na Campanha da Rússia (1812).


A Campanha da Itália

Tendo-se distinguido na Campanha da Itália por sua bravura, foi promovido a coronel. Recebeu um ferimento na cabeça em Lonato, que seus biógrafos acreditam tenham lhe causado permanentes transtornos de pensamento e de caráter, afetando-lhe a capacidade de julgamento e tornando-o impetuoso e temperamental. Mais tarde, participou no golpe do 18 Brumário. Casou-se com Laure (Laurette) Martin de Permond em 1800.

Alcançou o posto de general-de-brigada durante a Campanha do Egito, mas, ferido em um duelo, foi capturado quando de seu retorno como inválido à França. Ao chegar, foi promovido a general-de-divisão e nomeado governador de Paris (1801). O próprio Napoleão o afastou do cargo, enviando-o para Arras, como instrutor do novo Corpo de Granadeiros.

Seu envolvimento com Portugal iniciou-se a partir de 1805, quando serviu um curto período como representante diplomático em Lisboa. De Portugal passou à Áustria, onde combateu na batalha de Austerlitz, em 1805. Nomeado governador-geral de Parma, no ano seguinte foi nomeado governador militar de Paris.


Guerra Peninsular

Portugal, então governado pela Casa de Bragança e sob a regência do príncipe D. João, recusava o pedido de Napoleão de participar no bloqueio comercial à Inglaterra. A 12 de agosto Napoleão e o Carlos IV de Espanha pediram ao príncipe D. João que declarasse guerra à Inglaterra. Entretanto, os exércitos de Napoleão marchavam na fronteira com a Espanha, e, em 1807, no comando do Corpo de Observação da Gironda, Junot comandou a invasão de Portugal, saindo em novembro de Salamanca, entrando em Portugal, no dia 17 de novembro, por Segura, na Beira Baixa, capturando Lisboa no dia 30 desse mês.

Indicado como governador-geral de Portugal, foi feito Duque de Abrantes em março de 1808. Os ingleses desembarcaram em Portugal em agosto de 1808 e, diante da ofensiva de Arthur Wellesley - Depois duque de Wellington -, que bateu as tropas francesas na batalha da Roliça (17 de agosto) e na batalha do Vimeiro (21 de agosto), Junot propôs aos ingleses um armistício que lhe permitiu a retirada: a Convenção de Sintra, assinada no dia 30 de agosto. Na retirada, levou todas as "armas e bagagens" que pôde, tornando famosa essa expressão em Portugal. Levado pela Marinha Real britânica para a França, por pouco não foi submetido à corte marcial.  Em 1810 retornou à Península Ibérica com as tropas do general André Masséna, sendo gravemente ferido.

Monumento em homenagem a Andoche-Junot na França

Últimos anos

Durante a Campanha da Rússia de 1812, Junot foi acusado de permitir a retirada do Exército Russo após a batalha de Smolensk, embora tenha comandado o 8º Corpo de Exército francês na batalha de Borodino de forma destacada.

Em 1813 foi feito governador da Ilíria, mas, mostrando sinais de demência, regressou à França, onde tentou cometer suicídio atirando-se por uma janela. Fraturou a perna, e depois tentou amputá-la com uma faca de cozinha. Morreu alguns dias mais tarde, em 29 de julho de 1813, devido a complicações por infecção.
   


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