"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



domingo, 3 de julho de 2011

SERVIÇOS DE SAÚDE NA 1ª GUERRA MUNDIAL

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Para a profissão médica, a 1ª Guerra Mundial foi uma experiência de aprendizado intensiva – um enorme laboratório e desafio clínico – que envolveu diretamente milhares de profissionais a mais do que qualquer guerra anterior. Muito menos soldados caíram diante de “inimigos invisíveis”, como a febre tifóide, do que no passado. No entanto, apesar dos avanços da medicina, uma em cada três baixas acabou em morte no conflito, em comparação com uma entre cada sete na 2ª Guerra Mundial.

Kit cirúrgico de campanha britânico


Em sua batalha contra bactérias e infecções, os “médicos de cáqui” do Exército Britânico fizeram uso da experiência recente na Guerra dos Bôeres (1899-1902), travada na África do Sul, e mostraram-se à altura dos desafios da guerra de trincheiras. O “pé-de-trincheira” era tratado purificando a água com cloro, fumigando roupas e assegurando banhos regulares durante os rodízios fora da linha de frente. Vacinas evitavam o tétano e, para a gangrena gasosa, havia o “líquido de Dakin”, um antisséptico desenvolvido por um químico britânico e por um cirurgião franco-americano.

Ferimentos por projéteis costumavam ser fatais, se não tradados imediatamente, mas, quando os soldados da Frente Ocidental chegavam a um hospital de campanha, havia uma boa chance de sobrevivência. As baixas eram evacuadas para postos de socorro regimentais e, depois, para postos de atendimento avançado atrás da linha de frente. De lá, seguiam por estrada para estações de triagem de baixas, depois por ferrovia para os hospitais de base estacionários. Soldados britânicos com ferimentos seriamente incapacitantes eram enviados para o Reino Unido, embora menos soldados tenham sido enviados depois de 1916. Em 1917, as estações de triagem de baixas haviam evoluído para hospitais de campanha, onde equipes de cirurgiões norte-americanos desempenharam um papel fundamental.

Hospital de campanha australiano instalado no Egito com dezenas de baixas da Campanha de Gallipoli em 1915

A enorme quantidade de baixas e a duração das hostilidades forçaram os governos e organizações de auxílio humanitário a coordenar uma ampla gama de serviços médicos. Para isso, milhares de prédios foram requisitados. Os médicos do exército trabalhavam com administradores, cirurgiões e especialistas e a enfermagem tornou-se um grande campo de trabalho de guerra.


Fonte: Adaptado do livro Primeira Guerra Mundial, de H.P. Willmott.

 
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