"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 10 de julho de 2010

O FIM DO HMS EXETER

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Quando, no mês de dezembro de 1939, três cruzadores ingleses encurralaram e obrigaram o couraçado de bolso alemão Admiral Graf Spee a fugir, o nome de um deles se tornou célebre. Era o HMS Exeter, um cruzador de tipo York deslocando 8.300 toneladas e com 172 metros de comprimento. Nesse combate, o Exeter, que desenvolvia uma velocidade de 32 nós e estava armado com 6 canhões de 8 polegadas e 4 de 4, ficou bastante avariado. Transladado à base britânica das ilhas Malvinas e, posteriormente, ao porto inglês de Plymouth, foi submetido a reparos que necessitaram dois longos meses de trabalho.


O Cruzador HMS Exeter ancorado na baía de Java em 1942, dias antes de seu afundamento

Chegamos ao dia 2 de março de 1942, e o HMS Exeter volta à notoriedade. Depois de intervir na batalha do Mar de Java, o HMS Exeter, escoltado pelos destróieres HMS Pope e HMS Encounter, dirige-se para o sul.  Avariado, e navegando em velocidade reduzida, achava-se a 60 milhas ao sul de Bornéu, quando duas silhuetas apareceram no horizonte. Eram os cruzadores pesados japoneses Nachi e Haguro, escoltados por dois destróieres. As naves japonesas, avançando do sul, fechavam o cerco estabelecido por outros dois cruzadores e dois destróieres que vinham do norte. O HMS Exeter e sua escolta caíra em uma armadilha, e o seu Capitão, Gordon, compreendeu isso imediatamente. Às 10h10 o cruzador inglês rumou ao sudoeste, seguidos pelos destróieres, que lançaram uma cortina de fumaça. O grande cruzador, nesse momento, navegava a 25 nós de velocidade.

Às 10h20, a armadilha se fechou sobre os barcos ingleses. Os quatro cruzadores japoneses, a um só tempo, abriram fogo com todos os seus canhões. O HMS Exeter replicou, e o mesmo fizeram os destróieres, que abriram fogo sobre a escolta japonesa. Durante algum tempo, as naves trocaram disparos de canhões e torpedos. Por fim, às 11h20, uma granada de 8 polegadas acertou em cheio o cruzador inglês. Os delicados mecanismos de controle de tiro foram danificados para sempre. As torres do HMS Exeter estavam, portanto, irreparavelmente silenciadas.

O Exeter é enquadrado pelas granadas dos cruzadores japoneses

Imediatamente, deu-se a ordem de abandonar o navio, que foi cumprida. Poucos minutos depois, um destróier japonês, aproximando-se, disparou um torpedo, e o HMS Exeter, ferido de morte, afundou nas profundezas. Na superfície, uma grande mancha de óleo, e alguns destroços, flutuando à deriva, marcavam o lugar onde repousava aquele que havia sido o vencedor do Graf Spee.
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O Exeter tomba antes de afundar no Mar de Java


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