"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 30 de abril de 2009

LIDERANÇA MILITAR – O CASO DA BATALHA DE BUNA

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Uma pequena história ocorrida durante a 2ª Guerra Mundial, nas longínquas montanhas selváticas de Papua-Nova Guiné, que mostra que a liderança militar faz toda a diferença.


Vencer a campanha da Nova Guiné era essencial para garantir a segurança da Austrália e impedir o implacável avanço japonês no Pacífico Sudoeste. Em novembro de 1942 a vitória da força aliada, constituída por tropas norte-americanas e australianas, dependia da conquista do vilarejo de Buna, posição-chave do dispositivo defensivo das forças japonesas do General Horii, um especialista em guerra anfíbia.

Para cumprir a difícil tarefa o General Douglas MacArthur, comandante do Teatro de Operações do Pacífico Sudoeste, designou o Tenente-General Robert Eichelberger e concedeu-lhe autoridade para modificar completamente a estrutura de comando de suas tropas, desde que tomasse Buna. Courtney Whitney, autor da obra MacArthur: seu encontro com a história, relata como o General Eichelberg desempenhou sua tarefa com extrema liderança militar:

“Foi no dia 30 de novembro de 1942, cerca de onze horas da manhã, após uma noite de reuniões com o estado-maior, Eichelberger desceu do avião na frente de combate e dispôs-se a tomar Buna. Como MacArthur sugerira, evacuou oficiais que não se empenhavam e substituiu-os por homens decididos, sem consideração de posto. O combate foi suspenso por dois dias, enquanto toda a estrutura do comando era reorganizada. Os relatórios horários da frente de combate foram restabelecidos, a situação médica e alimentar melhorada e novos processos de ataque imaginados. E, mais do que tudo, os homens receberam a espécie de comando por que aspiravam.

Seguindo o exemplo de MacArthur em Bataan, Eichelberger ostentava suas estrelas, em vez de esconder as insígnias do posto dos atiradores isolados japoneses, como vinham fazendo seus predecessores. Foi para a frente e, pessoalmente, conduziu a progressão dos homens através do fogo inimigo. Dos quatro generais que estavam na frente de Buna, três foram feridos e somente Eichelberger parecia invulnerável às balas japonesas. Usando uma metralhadora, ele próprio matou alguns atiradores japoneses emboscados. Vendo essa demonstração de liderança militar, MacArthur aplaudiu Eichelberger e deu-lhe apoio ilimitado.Quando, por exemplo, um sargento chamado Herman Bottcher levou dezoito homens através das linhas japonesas até a praia de Buna, Eichelberger mandou uma parte a MacArthur, elogiando-o. Este respondeu com a concessão ao Sargento Bottcher da Cruz de Serviços Relevantes e fazendo-o capitão, no campo de batalha. [...] A 14 de dezembro, somente duas semanas depois da mudança de comandos, MacArthur pode anunciar: ‘A vila de Buna foi conquistada. Foi ocupada por nossas tropas às dez horas da manhã de hoje’.”
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O General Robert Echelberger contava com 57 anos de idade na ocasião e os japoneses possuíam superioridade de efetivos de 5 para 1 na frente de Buna.


Fonte: Texto extraído de  WHITNEY, Courtney. MacArthur – seu encontro com a história. Rio de Janeiro: BibliEx, 1961. p. 121-122.

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